O PARTO
(TRABALHO E EXPULSÃO)

      Em média, 270-280 dias após a concepção inicia-se o processo de nascimento ou parto. Os movimentos fetais declinam e tornam-se mais variáveis cerca de um mês antes do parto. O segmento inferior do útero "descai" e o feto orienta a cabeça para uma posição de apresentação. No caso de mulheres multíparas (aquelas que já deram anteriormente à luz), o descaimento no útero e o posicionamento fetal são, com freqüência, rapidamente seguidos pelo início do trabalho de parto. Cerca de uma semana antes do trabalho de parto, muitas gestantes experimentam sintomas que sugerem o começo do trabalho. Esse falso trabalho difere do trabalho verdadeiro de muitas maneiras. Durante o falso trabalho, as dores são irregulares e raramente mudam de intensidade, o colo do útero não se dilata e raramente ocorre qualquer mancha ou descarga de sangue. O início do verdadeiro trabalho é marcado por todas ou várias combinações dos seguintes processos: dilatação do colo do útero, contrações da porção superior do útero, dores abdominais (contrações musculares) e dores nas costas. As primeiras contrações podem ser tão "indolores" que muitas mulheres não as associam ao trabalho de parto. De fato, como a severidade das contrações durante o trabalho é determinada, em certa medida, pela quantidade de oxigênio fornecida aos músculos, ensinar as gestantes a respirar adequadamente e a relaxar pode eliminar boa parte da "dor" do trabalho de parto.

      O parto está geralmente dividido em três fases. A primeira fase cobre o período de tempo desde o começo do trabalho até a dilatação total do colo do útero. Durante essa fase pode ocorrer a ruptura da bolsa amniótica, ao ser empurrada na direção do colo. Se bem que isso seja por vezes desconfortável e embaraçoso para a gestante, é perfeitamente normal e um indício de que o trabalho de parto está se processando. Se o obstetra ainda não está presente, ele deve ser imediatamente chamado, porquanto existe considerável variação no intervalo de tempo entre o rompimento da "bolsa de água" e as fases finais do parto. Algumas mulheres experimentam um jorro de água e a expulsão em poucas horas, outras podem ficar gotejando até um dia inteiro ou, em casos raros, até uma semana, antes de atingirem o estágio final de trabalho. Nesta última situação, pode ocorrer uma infecção e o obstetra deve ser informado diariamente da condição materna. A segunda fase do parto cobre o período de tempo entre a dilatação completa do colo do útero e o nascimento do bebê. Durante esta fase, o segmento inferior do útero dilata-se e torna-se contínuo com o colo e a vagina completamente dilatados, para formar o canal de nascimento. O segmento superior do útero continua a contrair-se, propiciando assim ajuda ao feto enquanto se desloca através do canal. A fase termina quando o bebê é dado à luz. A terceira fase do parto cobre o período do nascimento à expulsão da placenta e membranas, ou secundinas. Após a saída de seu bebê, a mãe beneficia-se de uma breve trégua nas contrações uterinas. Pouco depois, entretanto, as contrações recomeçam, estimulando a passagem das secundinas. Terminada esta terceira fase de dequitação, a mãe deixa a sala de parto.

                                     

APRESENTAÇÃO NO NASCIMENTO

     A apresentação refere-se à posição do feto durante o parto e à parte do corpo do feto que surge primeiro no canal natal. A maioria dos bebês apresenta-se na posição vertical, o que significa que eles se deslocam através do canal natal de cabeça para baixo, com as partes superior e traseira da cabeça abrindo caminho para fora. Aproximadamente 5% de todos os nascimentos desviam-se da posição vertical. Essas apresentações erradas podem ser causadas por vários fatores, incluindo (1) dificuldades pélvicas maternas, (2) dificuldades placentárias, (3) gravidez múltipla e (4) parto de natimorto. As más apresentações incluem: Nádegas: Qualquer parte da extremidade pélvica vem na frente, podendo apresentar-se primeiro as duas nádegas ou uma perna e a nádega do mesmo lado. Fronte: Embora a cabeça apareça primeiro, como na posição vertical, a parte superior do rosto (fronte) abre o caminho. Face: Esta é uma posição de cabeça na frente em que a face frontal completa surge primeiro. Transversal: Neste caso, o ombro ou extremidade superior apresenta-se primeiro. O feto está atravessado no útero. A demora no aparecimento da cabeça torna o feto apresentado transversalmente suscetível à anoxia (déficit de oxigênio) e (ou) a lesões na cabeça. Composta: Duas partes do corpo apresentam-se simultaneamente, como, por exemplo, a cabeça e uma das mãos. As apresentações até aqui examinadas envolvem o transporte do feto através do canal natal, por vezes com a ajuda de uma episiotomia - uma incisão cirúrgica da vulva destinada a ampliar a passagem para o feto. Entretanto, para alguns bebês, a expulsão através do canal natal ou é impossível ou desaconselhável. Alguns bebês são, simplesmente, grandes demais para a abertura existente, enquanto que outros podem correr o perigo de infecção ao passarem pelo canal. Quando é perigoso para o bebê ser retirado através do canal natal, o parto pode ser executado por operação cesareana. Esta operação envolve a remoção cirúrgica do feto mediante uma incisão nas paredes abdominal e uterina. A condição conhecida como placenta prévia - em que a placenta está implantada sobre a abertura cervical - também sugere o recurso à cesareana. Na placenta prévia, se o bebê nasce através do canal natal, a placenta teria que ser removida primeiro, o que acarretaria sério perigo para o suprimento de oxigênio fetal.

AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO

    A viabilidade imediata do recém-nascido é avaliada pelo teste de Apgar - desenvolvido por Virgínia Apgar - (são levados em conta os seguintes dados do bebê: atividade muscular - tônus muscular -; frequência do pulso; esforço respiratório; reflexo de irritabilidade e aparência - cor da pele), onde é dada uma pontuação de 0 a 10, no 1º e 5º minutos após o nascimento. A avaliação no 1º minuto determina a conduta a ser tomada em relação ao recém-nascido (necessidade de reanimação ou não) e a do 5º minuto pode trazer uma previsão de possíveis sequelas no recém-nascido.

     A determinação exata da idade gestacional  (IG)  é importante porque ajuda a estabelecer se o recém-nascido é um bebê pequeno para a data (peso inferior a 2,5kg se a termo), grande para a data (peso superior a 4kg), de gestação curta (prematuro: tempo de gestação menor que 38 semanas) ou de gestação longa (gestação superior a 42 semanas). Através da determinação da IG pode-se antever possíveis complicações  no recém-nascido (por exemplo, o prematuro está sujeito a problemas respiratórios, a dificuldades na manutenção da temperatura corporal e  na alimentação) ou futuramente no seu desenvolvimento. Um método para avaliar a IG combina o uso de sinais neurológicos (postura, caída da cabeça para trás, movimentos de braços e pernas) e vários critérios físicos(textura da pele, formação dos mamilos, tamanhos dos seios, forma das orelhas, pregas plantares). 

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