A FEBRE DE BELINHA - 2º PARTE

 

     O contato do corpo quente da menina com o pai fez com que ele suspeitasse que ela pudesse ter febre. Acordou, então, a mãe que prontamente foi à sala providenciar um termômetro. Deixado o aparelho cerca de quatro minutos debaixo da axila da criança, marcava 38,8º c. Confirmada a febre , a mãe telefonou para o pediatra relatando o ocorrido. Indagada se a criança apresentava outros sintomas, a mãe disse apenas que Belinha estava chorona e irriquieta, mas que durante o dia passara bem, brincando bastante. E sobre o apetite, bem este nunca estava bem e já tinha sido motivo para inúmeras consultas - inclusive a outros médicos, além do pediatra, mas que a mãe não revelara ao Dr. Carlos para não deixá-lo magoado, já que ele acompanhava as suas garotinhas desde o nascimento - e exames de sangue e de fezes. Os resultados sempre eram normais, mas por via das dúvidas Belinha acabou tomando remédios para supostos vermes (sua mãe achava que as frequentes crises de birra dela eram devidas aos vermes) e complexos vitamínicos. O médico orientou Joana a administrar um antitérmico a sua filha e disse que não havia motivo para maiores preocupações, se não aparecessem sintomas que pudessem indicar alguma coisa mais séria, tais como a presença de falta de ar, vômitos repetidos, abatimento fora do episódio febril, manchas pelo corpo...Se Belinha continuasse com febre, deveria ser levada à consulta pela manhã. Joana foi até o armário de remédios, localizado na cozinha, para pegar o remédio para a febre. Pingou doze gotas de Tylenol numa colher, agarrou um copo com leite e foi até o seu quarto. Durante o trajeto já ficou imaginando a batalha que iria travar com sua mocinha acerca da tomada do medicamento - as vezes que Belinha precisou tomar remédio para vermes e vitaminas foi uma dificuldade incrível para conseguir administrar os remédios: a menina cerrava os lábios e se a agarravam e pusessem o medicamento garganta abaixo, ela acabava vomitando tudo. Esta era a primeira vez que a filha caçula de 2 anos apresentava febre. Apesar de todo os temores, não foi muito difícil fazer Belinha tomar o remédio. Acontece que daí a uns quinze minutos a cama do casal foi inundada por um vomitório daqueles. O desepero dos pais aumenta e novamente toca o telefone na casa do Dr. Carlos. Já passava da meia-noite. O pediatra, sendo informado do ocorrido, resolve visitar a família de madrugada, para tranquilizar os pais.